domingo, 16 de dezembro de 2012

A hora do cansaço

Carlos Drummond de Andrade
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho de eterno fica esse gosto acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Porque parece o fim

O que mais tem me feito re-pensar em findar com este blog é o fato de querer recuperar coisas importantes que estão aqui, ou seja, preguiça mesmo e falta de tempo para salvar os textos, as fotos, alguns comentários que não consigo desapegar. E se precisar retornar? E se eu me arrepender? E quando eu quiser recordar?

O trabalho O Corpo Perturbador caminha para um fim. Acredito que tenhamos feitos as últimas apresentações do espetáculo (há uma possibilidade em Abril de 2013), mas não é certo. Não pretendo alimentá-lo em 2013. Sua função foi cumprida e muito bem cumprida. Agora é pegar tempo para arrumar as malas, jogar fora o que não serve, chorar e sorrir com lembranças e dar adeus. Quando? Eu ainda não sei. Poderá haver novas publicações? Sim, sem dúvida! Mas para que mesmo?

Eu não sei findar o que gosto..........

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Mudança de local e a ditadura na Bahia



Galera, na ditadura disfarçada em que vivemos nesses últimos tempos na Bahia, os acordos e contratos não valem de nada. 

O nosso Excelentíssimo Governador, resolveu fazer um evento no Palácio da Aclamação, no dia 11/12, como ele acha que os outros têm que se sacrificar para lhe servir, o espetáculo O Corpo Perturbador, que já estava agendado neste local, integrando a Pid Bahia, teve que ser deslocado para a Escola de Dança da UFBA. 

Eles ainda queriam transferir o espetáculo para a Praça das Artes, no Pelourinho que não tem acessibilidade nenhuma. É revoltante saber do descaso e desrespeito às questões de acessibilidade, principalmente porque se trata de um espetáculo com dois dançarinos com deficiência, onde iremos realizar uma oficina para pessoas com deficiência visual e haverá audiodescrição  para este público durante a apresentação. Ou seja, todo o trabalho que tivemos em buscar espaços e possibilidades mais confprtáveis e viáveis para atingir um público diversificado, porque a Escola de Dança da UFBA também não tem acessibilidade. Eu não ia me pronunciar em relação a isso, mas não consigo me calar.

E ainda mais, a pauta para o espetáculo "O Corpo Perturbador" havia sido acordada desde junho, com todo o protocolo necessário para a cessão de espaços públicos, ou seja, tudo dentro da formalidade que pede a lei e o bom-senso. Ou seja, a mudança da pauta do Palácio da Aclamação, ocorreu de forma nada democrática e muito desrespeitosa com a população, com quem trabalha seriamente para executar projetos culturais e que diga-se de passagem, apoiado e financiado em parte pela SECULT, não estamos pedindo favor ao Estado, estamos participando de forma ativa da política, exercendo o nosso direito de produzir arte e cultura. EXIGIMOS RESPEITO!!!!

Continuamos as apresentações dias 07 e 10 de Dezembro, às 16h, gratuito, mas agora na Escola de Dança da UFBA (Ondina). por favor, divulguem porque todo material de divulgação do festival já está pronto informando que seria no Palácio e não temos como alterar. Contamos com a colaboração de todos e a presença. Grato!