domingo, 28 de abril de 2013

Lisa Bufano em Salvador




Lisa Bufano é uma performer americana que apresentará, hoje, o trabalho

A wake

Uma mulher acorda em um lugar no futuro, desprovido de materiais e recursos, e precisa lutar para construir-se e buscar um sentido. A performance solo sobre quatro pernas de mesas aborda a dependência do corpo em relação à tecnologia e problematiza a questão do acesso à tecnologia médica.
Teatro Molière (Aliança Francesa)
28 de abril, às 19h
R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia) – Sessão conjunta comNoeuds
Classificação: Livre

Festival Vivadança


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Os guris ou esses moços?

Penso com tristeza que vivemos um tempo de retrocessos. Quando começamos a dobrar o caminho de volta? Parece que de repente, de uma hora para outra caímos num abismo e estamos novamente atrás. Não foram suficientes os esforços dos militantes, dos movimentos, dos estudiosos... não são suficientes os avanços tecnológicos, médicos, da comunicação......

Senti com tristeza a notícia de que uma diretora de escola infantil, aqui de Salvador, retirou seus guris da apresentação de Judite, no Cine Teatro Solar Boa Vista, na última semana, porque, entre outras barbaridades, o espetáculo era de um deficiente e os meninos não entenderiam nada. Fico preocupado com a educação desses guris que são impedidos de viverem uma experiência diferente do que estão acostumados no seu mundinho Disneylândia, protegidos pelos muros altos da escola, sem contato com gente  pobre, preta, sem poder sentar em arquibancada do teatro, sem poder assistir ao um trabalho diferente dos musicais de contos de fadas que, talvez, assistam. Eu estou sendo preconceituoso também, né? Mas o que esta senhora falava, me faz acreditar que é num mundo assim que ela deseja manter seus alunos. Pobres moços, esses guris se tornarão. A vida é grande, é maior que suas escolas.... Ahhhhh este mundo quando passarem dos portões!!! Senti profunda tristeza não porque queira que gostem de Judite, não. Ninguém é obrigado a gostar, até mesmo porque existem outros espetáculos melhores, maiores, sei lá... mas há uma coisa que Judite provoca e que só quem assiste pode entender, é o deslocar-se da cadeira, é ver que um corpo com deficiência é mais eficiente do que se imagina, é compreender a Dança de uma maneira diferente do que se imagina e se é acostumado com as Danças de Faustão. Ao menos isso, aquela diretora deveria compreender. Não porque seja um projeto meu, mas porque é necessário ensinar mais do que gramática e adição, é urgente ensinar e aprender respeito, diferença, novidades, não repetir padrões caducos, cafonas...

Gostaria de cantar para ela acordar.