segunda-feira, 11 de março de 2019

Bipedia Compulsória

O projeto "O Bicho, O Amigo e O Santo: olhares sobre corpos destoantes”, aprovado no Edital PIBIARTES 2018/2019 - PROEXT/UFBA, relaciona-se com minha pesquisa de doutorado, iniciada neste ano de 2019, no Programa de Difusão do Conhecimento, intitulada - provisoriamente -

"ATRAÇÃO POR UM CORPO PERTURBADOR: BIPEDIA COMPULSÓRIA E SEUS MECANISMOS DE PODER, DESEJO E REPULSA PELA DEFICIÊNCIA, NA DANÇA". 


Com esta pesquisa busco compreender as relações de poder que se estabelecem sobre as pessoas com deficiência, a partir do que pretendo desenvolver um campo conceitual que venho chamando de “BIPEDIA COMPULSÓRIA”. 

Bipedia não pelo fato de se andar com as duas pernas, mas a organização de mundo que só entende a existência a partir de um pensamento hegemônico de corpo que anula qualquer outra experiência corporal e provoca segregações, exclusões e violências.


Foto Christiana Lima

Venho articulando essa pesquisa com minhas atividades docentes e de extensão, como ocorreu no dia 22 de fevereiro, com a Oficina Dança de Rainhas: Dança Afro e Deficiência. Nessa foto, estou dançando em minha cadeira de rodas, ao lado de uma estudante em pé e professora Marilza Oliveira ajoelhada, onde pesquisávamos - cada um à sua maneira - movimentos da Dança Afro que é uma dança criada e pensada para o corpo bípede e a verticalidade é predominante.

Em breve, eu e Marilza publicaremos um artigo onde refletimos sobre essa experiência e compartilharei, aqui, com vocês.

Percebo que esse termo "BIPEDIA COMPULSÓRIA", sobretudo "BIPEDIA" tem contribuído, nos espaços de reflexão, para o entendimento sobre as questões da deficiência e, sobretudo, sobre as questões das exclusões vividas por nós provocadas pela corporalidade bípede.

Como costumo brincar, falando sério, "vocês, bípedes, me cansam"!

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