terça-feira, 30 de novembro de 2010

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Roteiro fotográfico

Dando uma idéia de imagens pretendidas no espetáculo. Lógico que é um jogo que faço aqui com fotos dos ensaios, com brincadeiras, mas que seria importante se quem acessa o blog dissesse o que pensa sobre o que vê.
Vendo estas fotografias o que você sente? Poderiam me responder por comentário? 






Fotos de ensaios feitas por Lorena, Marcos e Diane

domingo, 28 de novembro de 2010

O Corpo de Deus - Jô Bilac (entrevista)



Confesso que estou sem jeito de escrever aqui nesta publicação, afinal Jô Bilac é um escritor e super reconhecido no Rio. Suas peças têm feito muito sucesso e recebido muitos elogios.

Mas aqui Jô me presenteou com um depoimento sobre algo que me perturba também constantemente: a existência, a condição humana, a morte e DEUS.

Lembrando de  Caetano, Existirmos a que será que se destina?





Peças de Jô Bilac

  • Sangue na Caixa de Areia
  • Bruxarias Urbanas
  • Desesperadas
  • 2 p/ viagem
  • Cachorro!
  • Limpe Todo Sangue Antes que Manche o Carpete
  • Rebú
A assessoria de Jô Bilac (Cléa Maria) pediu para completar com as peças mais recentes: O matador de Santas e Savana Glacial (Texto que lhe rendeu a indicação do Prêmio Shell 2010)!

Um pouco mais de delicadeza




Fotos de Carolina Teixeira

Muitas vezes tem sido difícil para mim sair dos ensaios d'O Corpo Perturbador, principalmente porque saio em silêncio no meio de muito barulho. No fundo, no fundo há tanto barulho dentro de mim que necessito silenciar para absorver as coisas que se passam.

Tem sido violento, embroa eu tente amansar. Violento em todos os sentidos: No me desnudar em mim mesmo, na exposição do corpo, no encontro com o outro, nos embates de forma de ver as coisas, de sentir, nos medos, ansiedades, frustrações e tanta coisa. Mas alegre também.

Esta semana ganhei de presente a presença de Carol Teixeira que chegou nessa etapa para fazer um trabalho de corpo e oferecer seu olhar cuidadoso, atento e firme. O trabalho cresceu com Carol, tomou consistência, prumo.

Com exercícios de exaustão, força, expressão. Trouxe para nós a energia necessária e que muitas vezes estava faltando. Carol diz que eu sou "irritantemente delicado", mas ela atrás daquela fortaleza toda, trouxe uma emoção aflorando o tempo todo, um riso/choro, um estar fundamental ali, naquele espaço, nesse nosso território/CORPO.

A arte é sem dúvida a lupa do mundo. Tenho pensado tanto como o trabalho muitas vezes tem reverbarado o que anda acontecendo por aí. Uma territorialidade de algo que somos nós, mas que não nos pertence de fato. Uns bichos tomando conta do que é seu, sendo invadidos, agredidos, burlados. Muitas vezes violência camuflada em carinhos, caridades, solidariedades e discursos absurdos.

Estou com medo de onde estou mexendo, daqui a pouco sai a fera.

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
(Lenine)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O amor - Ed Moraes (entrevista)



Quero falar sobre amor. Estarrecido com essa guerra que vemos a toda hora pela tv, pela janela, pelos olhos dos outros e muitas vezes nos nossos próprios olhos, preciso falar de amor. Por isso publico a entrevista de Ed Moraes, um amigo que é todo amor, todo colo, todo costas, todo casa, abrigo, lar.

Nos conhecemos na loucura de viagens, idas a Sampa, vindas a Bahia e fomos nos encantando, amando como se a vida toda estivéssemos juntos e em silêncios, risos, palavras e músicas fomos fortalecendo os laços.

Ed é casa cheia em si mesmo mesmo. Alegria e companheirismos. Me coloca nessas costas e ganhamos o mundo, subindo ladeiras, descendo ruelas.

Pensei em amor, lembrei de Ed.

É de amor que precisamos ouvir falar, é o amor que precisamos exemplificar e gritar. A repetição de imagens violentas, de desamor, só reforçam isso. Então hoje

"TODO AMOR QUE HOUVER NESSA VIDA" para nós e para o Rio de Janeiro que vive um dos piores momentos de todos os tempos.

* Nesta entrevista Ed Moraes fala das perturbações de ser artista, da hipocrisia e de um corpo que não se revela.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

COMIDINHA DE PANELA

Capa do livro feita por Flávia Motta

Desculpem a intromissão, mas Judite é ousada assim mesmo e invadiu o blog do irmão para divulgar seu livro. Espero todos lá!!!!

Judite quer chorar, mas não consegue! NA COMIDINHA DE PANELA

Lançamento do Livro infantil de Edu O. na “Comidinha de Panela” na Casa da Mãe, TERÇA, dia 30/11.

Judite é uma lagarta que amedrontada diante das transformações naturais da vida, hesita (e evita) em seguir o percurso da sua condição existencial e não quer se tornar uma borboleta.

A personagem Judite criada pelo coreógrafo/dançarino Edu O. para espetáculo de dança, já circulou por inúmeras cidades do Brasil e exterior; transformou-se em objeto de estudo de tese de dourado na PUC (São Paulo); foi tema de pesquisa apresentada no II Congresso Del MERCOSUR y I Latinoamericano de Arteterapia – Buenos Aires/Argentina; inspirou poemas, desenhos e músicas, finalmente transformou-se em livro infantil, lançado no início deste mês, em Santo Amaro, Lençóis e Itaberaba.

Agora será realizado o lançamento em Salvador, com Noite de Autógrafos, dia 30/11, às 20h, na Casa da Mãe, integrando o Projeto “Comidinha de Panela”, sendo o livro no valor de R$ 10,00. O evento tem Entrada Franca e Microfone Livre.

O livro tem o texto de Edu O., ilustrações feitas pelo público do espetáculo que varia de criança a profissionais de diversas áreas, sendo a Capa de Flávia Motta, e na contracapa Mabel Velloso escreve um texto de boa sorte ao mais novo escritor baiano Edu, enriquecendo ainda mais este projeto que é sucesso por onde passa.

JUDITE É UMA LAGARTA, LOGO COME FOLHAS, NOSSO PRATO SERÁ INSPIRADO EM JUDITE. QUAL O PRATO DA “COMIDINHA DE PANELA” DESTA TERÇA?????

Pode ser algo com ESPINAFRE, assim ela fica bem forte como o POPEYE, para enfrentar os medos, ou ainda como uma Lagartinha bem baiana e cheia de axé, um EFÓ. Mas só o Santo Oráculo de Stella Maris, vai saber!!!

R. Guedes Cabral, 81. Rio Vermelho. Em frente à Colônia de Pescadores. Tel 3017 - 9041

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Uma meta cumprida

HOJE ALCANÇAMOS A META DE 6000 VISITAS AO BLOG. NÚMERO PREVISTO NO PROJETO E QUE CONFESSO ACHAVA DIFÍCIL DE CONSEGUIR.

CONSEGUIMOSSSSSSSSSSSSSSS!!!!!

AGORA É CONSEGUIR UM PÚBLICO LINDO PARA O ESPETÁCULO.

VALEU GALERA QUE VISITA DIARIAMENTE, OS COLABORADORES DOS MICROCONTOS, DAS ENTREVISTAS, TODO MUNDO QUE CONTRIBUIU PARA QUE O BLOG SEJA ESSE SUCESSO.

ESTE ESPAÇO AQUI É UMA DAS PRINCIPAIS TAREFAS DO PROJETO, PORQUE É AQUI QUE A SUBJETIVIDADE, O CAMPO DAS IDÉIAS SE MATERIALIZA E FAVORECERÁ AO ESPETÁCULO. UM DEPENDE DO OUTRO ESTREITAMENTE.

A pressão, a doença e a caipirinha - Genildo



Faltam exatos 15 dias para a estréia do espetáculo, ao mesmo tempo em que é uma sensação ótima de conclusão de uma etapa, de colocar o filho no mundo, de apresentar aos amigos, ao público, dá um aperto pela pressão da responsabilidade, do filho ser aceito/compreendido, ainda mais porque as outras filhas foram tão bem acolhidas.

A pressão é muito minha, eu me cobrocastigopunoamedronto e acabo adoecendo, somatizando. Semana passada a garganta começou a fechar, a insônia já bateu e o cansaço que é mais emocional do que físico. E eu nem posso adoecer agora.

Esta entrevista de Geonildo fala sobre isso. Ele que conheci em Itacaré, uma cara boa, de gente do bem, um sorriso lindo, que estava morando lá, não sei se continua., nos servia uma caipirinha deliciosa, sempre atencioso e um papo bom.

Neste dia ele estava doente e fizemos a entrevista ali mesmo na porta do bar. Hoje ele traduz meus sentimentos.

Foi em Itacaré que comecei as pesquisas para O Corpo Perturbador, onde fiz as fotos na cacheira e trabalhei um pouco O Bicho.

Para relaxar um pouco, vamos na receita de caipirinha:

INGREDIENTES:

1 limão
5 colheres de açúcar refinado
Cachaça
Gelo à vontade.

MODO DO PREPARO:

Após lavar o limão, descasca-se parcialmente o mesmo. Corta-se o limão em duas metades, removendo de cada uma delas a parte central (branca) do bagaço. Isso evita que a bebida se torne amarga. apesar que nunca dá tempo para isso. Após os procedimentos usuais usam-se dois copos iguais, bem colados entre si para efetuar a mistura, como se fosse uma coqueteleira.

Dois em um










terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ready Made

Tenho pensado muito na presença dos corpos dentro da proposta d'O Corpo Perturbador. Pensado sobretudo no movimento desses corpos(o meu e de Meia Lua). Na defesa de tese de Carolina Teixeira, não sei porque, me veio a idéia de "Ready Made" criado por Duchamp.


O corpo como um Ready Made, o movimento que o corpo vem fazendo ao longo do tempo. As curvas. Pretendendo uma observação desse corpo sem floreios, arranjos, enbelezamentos vindos dos movimentos dançantes.


Trazer a cena o que já existe cotidianamente, diariamente, voyerismo ao corpo def.


Brincar com os corpos da Dança Contemporânea que parecem buscar o "aleijo". O discurso contemporâneo, subjetivo, a obra pelo discurso.


Estou escrevendo a bula do trabalho, ne?




A Fonte


Marcel Duchamp foi o responsável pelo conceito de ready made, que é o transporte de um elemento da vida cotidiana, a priori não reconhecido como artístico, para o campo das artes. A princípio como uma brincadeira entre seus amigos, entre os quais Francis Picabia e Henri-Pierre Roché, Duchamp passou a incorporar material de uso comum nas suas esculturas. Em vez de trabalhá-los artisticamente, ele simplesmente os considerava prontos e os exibia como obras de arte.
A Fonte, obra que fez repercutir o nome de Duchamp ao redor do mundo - especialmente depois de sua morte -, está baseada nesse conceito de ready made: pensada inicialmente por Duchamp (que, para esconder o seu nome, enviou-a com a assinatura "R. Mutt", que se lê ao lado da peça) para figurar entre as obras a serem julgadas para um concurso de arte promovido nos EUA, a escultura foi rejeitada pelo júri, uma vez que, na avaliação deste, não havia nela nenhum sinal de labor artístico. Com efeito, trata-se de um urinol comum, branco e esmaltado, comprado numa loja de construção e assim mesmo enviado ao júri.


Acho que os Ready Mades tem um pouco a ver com os corpos defs em cena, principalmente pelo olhar sobre eles. Quem discorda?

O que é isso de tanta violência?



A violência é a grande campeã dessas entrevistas~feitas para O Corpo Perturbador. A maioria fala da violência, de como isso nos perturba. Um sintoma da falta de segurança e do medo que nos toma diariamente. Hoje publico a entrevista de Dona India, camareira, que foi enfatica em relação a violência. Até o corpo que a perturba é o corpo que violenta.

A escolha desta entrevista se deu em fução do sepultamento do menino de 10 anos, vítima de uma bala perdida no bairro Nordeste de Amaralina, em Salvador. Joel da Conceição Castro ficou conhecido na Bahia através de uma propaganda da Bahiatursa onde ele confessava o sonho de ser mestre de capoeira.

Foto de Ludmila Cohim. Fonte: Correio da Bahia

Joel morreu em casa se preparando para dormir, próximo a janela. Uma equipe da polícia militar estava fazendo uma operação na área quando começou um tiroteio.

Mais uma vida que se perde como um saco de supermercado ao vento e sem a poesia que isso pode trazer.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Visitas

Durante este tempo de ensaio estamos recebendo algumas visitas e isso tem me deixado muito feliz, porque elas contribuem com seus olhares e opiniões. Estamos esperando outras visitas maravilhosas: Lucas Valentim, Marcio Nonato, Clara Trigo. Aguardem!!!!

Nesta foto a galera de cenário e figurino: Lorena e Cinthia (Miniusina de Criação), Nei Lima (figurinista) e os visitantes Igor Jovito e Igor Aragão

Vivys Fontoura dando aula de balé, num ensaio na Escola de Dança

David Iannitelli, o guru
Ryu no colo da mamãe Miliane que faz a pesquisa de luz do projeto
Carolina Teixeira, a mestra arrasando
Alice brincando e dirigindo algumas cenas

Mudanças a vista

Foto de Nei Lima trabalhada por Cléia Alves

Tudo parecia tranquilo. Ventos do norte soprando leve nas velas. O mar agitado no fundo, não demonstrava em ondas calmas, risonhas, brincando com o sol dourado queimando as peles. De repente as nuvens cinzas chegaram. O coração disparado em ansiedade na incerteza de manter o barco em equilibrio. Resoluções em 7 e 8, dúvidas, dúvidas, dúvidas.......

Ser dois ou continuar sendo um? E as escolhas que fiz? E o tempo que corre em disparada como peixe espada?

Tirando a âncora que caiu do fundo. Agitando o leme, pegando os remos e atiçando a equipe para seguirmos juntos. A estrela nos guiará.

Mudanças a vista.... Mudanças.... Andanças sozinhas novamente, mas sempre acompanhado.

Foto de Nei Lima

sábado, 20 de novembro de 2010

Querida amiga - Maíra Spanghero (entrevista)

Diane hoje me fez uma surpresa daquelas surpresas impensadas. Uma maravilha de presente, porque Maíra Spanghero me tocou desde 2007 de uma forma tão profunda com sua carta a um querido amigo e até hoje releio e descubro sentimentos novos, sensações e compreensões atualizados a cada nova leitura.

Tive contato com este texto quando participei do Pública Dança em Votorantim e havia uma revista onde esta carta foi publicada. Desde então pirei. Apresentei este ano ao Grupo X na vontade de ver nosso bando voltar a andar junto. Essa parte até me dói. Nós utilizamos esta carta no último espetáculo do Grupo X.

Diane não sabe a alegria que me deu e Maíra muito menos a felicidade de tê-la aqui no blog, de poder compartilhá-la com os meus.

Uma perturbação das mais positivas.

Aqui o link do site de Maíra: http://mairaspanghero.wordpress.com/


São Paulo, 23 de abril de 2006.


Querido amigo,

Cartas podem parecer coisas em desuso, ainda mais em tempos de email e celulares, mas eu não resisti, ao imaginar que você pegaria esse papel em suas mãos e passaria seus olhos sobre ele. São tantos cruzamentos sobre os quais falar, que nem sei por onde começar. Afinal onde é o fim/inicio da rede? Sem falar que ela não tem centro: tem nós.

Você me segredou muitas preciosidades nas ultimas missivas. Teríamos metros de papo e ainda assim eu estaria atrasada com as respostas. O artista em crise, deslocamentos, novos acordos, configurações atualizadas. Óbvio que me preocupo com você e arrisco que só os corajosos vivem plenamente, tanto perto do perigo, quanto perto da alegria da descoberta de novos universos. Ele é tocado e atravessado pelo mundo com suas pessoas, coisas (seres os mais diversos), sonhos e encantamentos. Tudinho em tempo real. Inventa critérios e fica brincolando texturas e entendimentos. Não só o artista, o brasileiro parece muito assim.

Eu, do lado de cá, estou dentro de uma missão coletiva e muito séria (e para mim, encantadora, já que sempre quis ser filósofa) de construir argumentos, critérios e textos para responder porque a dança é uma área de conhecimento – com epistemologia própria e objetos singulares. Quer dizer, será que toda dança é uma forma de conhecimento? Que tipo de conhecimento tem na dança? Existem regras/princípios/características universais entre as produções desse conhecimento ou não? Será que toda dança produz conhecimento?

Durante a festa, o que mais aconteceu foram corpos chacoalhando nas mais diversas direções, planos e velocidades. Não teve um que não tenha dançado, posso lhe assegurar. Como disse uma amiga, “o funk une as pessoas”, coisa que concordei imediatamente ao ver todas (e todos) “descontrolados” na pista improvisada. Foi radiante!

O paper que mandei para o congresso de Space Art foi aprovado e eu fiquei nas nuvens. (hehehehe) Como tem sido de praxe, não poderei ir pq 1) as agências de financiamento de pesquisa exigem que o pedido seja feito no mínimo 90 dias antes (como se na vida real as coisas fosse resolvidas com essa antecedência...); 2) ministério da cultura com edital de concessão de passagens fechado (além de não responderem email); 3) crise política, crise econômica, instabilidade financeira, sujerada desvelada pra todo lado..

Vou estender a roupa. Está um domingo ensolarado e eu preciso aproveitar. [...] Também descasquei cebola, abobrinha italiana e uma cenourinha básica. Sabe que a gente vive com a eterna sensação de fim de mês, economizando, sendo criativo, inventando moda, enfim. Vou fazer um risoto a la Lovelace, como chamei, com bastante curry, arroz semi-integral, vegetais (não os dos governos de cultura e editais), temperos e outros encantamentos/condimentos secretos. Lamento não poder jogar meu feitiço adiante, não tenho convidados para o almoço, o que pode acabar fazendo com eu coma de mais ou de menos.

Ta ficando menos ensolarado a ponto de, talvez, eu ter que usar a expressão levemente nublado.

Logo termino de lavar a panela que esta de molho, para fazer o arroz. Escuto o interfone do prédio ao lado disparado. O mundo anda muito barulhento, meu querido, pelo menos aqui perto de casa. É o ruído do portão da garagem do vizinho, o taxista que fala gritado, buzinas, carros, ônibus, caminhões, o pagode do apartamento ao lado no volume máximo, e assim sucessivamente.

Além disso, tb tenho me sentido meio defasada tecnologicamente (embora eu adore um brechozinho, um crochezinho e uns espartilhos) estou sentindo falta de um computador mais potente (meu teclado e mouse foram pro pau), um aparelho de som(pq o meu “dinossaurico” só ta funcionando o rádio e umas fitinhas cassetes), uma televisão que tenha entrada para DVD, uma tábua de passar roupa, um robô-aspirador em forma de tamanduá bandeira...

Há muito o que fazer e o sol voltou a brilhar!

Adoro quando diz “faça seu conto”. E você, mesmo quando afirma que não tem palavras, apenas paralelepípedos no peito, ainda assim, fala tão bonito. Tão cheio de letra. Com tanta vogal. Uma coisa poeta-meio-flor-escapanado-do-arame-farpado-porque-saiu-voando-noo-bico-do-beija-flor, sabicumé? Quase lamento, quem foi que me disse que a borboleta pode machucar a asa quando ta saindo do casulo? Não veio de você que “quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento”?

(a Nina espreguiça, se enrosca e parece o bicho mais feliz que existe dentro de sua própria pele na face da Terra.)

Concordo, nada de moedas. Nosso bando precisa voltar a andar junto. O sol firmou, quem podia esperar?

Vou torcer outra máquina, que é para gringo nenhum entender. Tenho pilhas de papel e o arroz por fazer.

Olha o meu angu: cebolinha e alho frito na manteiga, arroz marronzinho, kinua, uma cenoura quase inteira, uma abobrinha inteirinha, semente de linhaça, água fervida, sal, curry, pitadas de pimenta branca moída, entre mexidas misteriosas. Ta tudo lá na panela, cozinhando, cozinhando, cozinhando no ritmo do “café com pão”. Senti uma falta danada de um copo de vinho. Ta quase pronto, o arroz criando rapinha. Acabei comprando duas cervejinhas, devo terminar o dia sem sair de casa. Tem hora que a melhor coisa a fazer é comer uma maçã de sobremesa e sossegar o facho. Quantos planos a fazer? E o arroz criando rapinha. Mais goles de cerveja. Eo arroz criando rapinha. Vou desligar o fogo senão queima.

Se eu pudesse, te daria o pôr-do-sol que tem aqui. Por mais incrível que possa parecer, esse solzinho de fim de tarde é de uma luz sensacional. Dá uma coisa boa no corpo, no olho, no pensamento. Dá vontade de namorar, fica romântico. Boas idéias pipocam. Se eu pudesse te daria esse presente, esse estado, essa iluminação. Uma fresta atinge os dedos no teclado. Nesse meio-tempo, quase esvazio o copo. Mandarei uma encomenda para você pelos que estão indo.

Ando quilos mais magra, virando yogue. Meu corpo, com costas-destravando, está soltando chacras adiante. Respiro, respiro, respiro. A melhor aeróbica. Sinto dor por tudo que é músculo mas ela é alegre e viva. Supero limites, viro deponta cabeça, respiro pelas narinas, entôo om. Agora agarrei meu muiraquitã e não tiro o patuá da carteira nem que a vaca tussa! Para tempos de solidão-solitária, solidão a dois, solidão em família... O fato de estar sozinha-povoada num almoço de domingo mais ou menos ensolarado/nublado vai cair muito bem. Não podemos nos esquecer que, muito pelo contrário, estou absolutamente bem acompanhada. Porque afinal de contas nada disso aqui estaria acontecendo se você não estivesse aí me ouvindo com teus olhos-garras.

No vale tudo da vida, não esqueço o protetor solar. E faço minhas preces para estar mais perto de quem amo.

Saudades oceânicas nos aproximam.

Antes que o sol se vá, receba meu abraço,

Muitas de mim, com a boa e velha ginga.

Maíra Spanghero

É pós-doutora pela Brunel West London University, no Reino Unido (2009/10). Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (1994), Mestrado (2000) e Doutorado (2005) em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faz parte do corpo docente do Departamento de Ciência da Computação (PUC/SP), onde já lecionou nos cursos de Tecnologia e Mídias Digitais, Comunicação em Multimeios e Publicidade. Coordena o Laboratório para Pesquisas do Corpo, Cultura e Tecnologia (LabTrans) desde 2006. Pesquisa as relações entre corpo, dança, cultura e tecnologia e tem experiência na área de Crítica, Curadoria e Consultoria em processos coreográficos. É autora do livro “A Dança dos Encéfalos Acesos” (Itaú Cultural, 2003) e organizadora da coletânea “CORPO VERSÃO BETA: ensaios sobre corpo, dança e computação” (Ed. Brasiliense, no prelo). Atua na área de Artes, com ênfase em Teoria de Dança; Dança e Comunicação, e com interesse pelos seguintes temas: mediadance, corpomídia, dança contemporânea, dança e matemática, objeto coreográfico, investigação afetiva e estratégias para a construção coletiva do conhecimento.
Fonte: Curriculo Lattes

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Estudo para luz



Fotos de Diane Portella

O homem noite

Foto de Diane Portella trabalhada por Cléia Alves


Atrás daquele brilho
esconde-se uma noite
Névoas beirando o amanhecer
reluzindo por fora
o que lhe consome por dentro
Estrelas não são iguais
e já aparecem mortas
brilhando o eterno de nós

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O homem de ouro

Foto de Diane Portella trabalhada por Cléia Alves


Aquele homem que chega forte
Ri e amolece quem o rodeia
É um homem de ouro
Com histórias de enriquecer
Todo o mundo

A perturbação - Felipe Abib (entrevista)


Conheci Felipe Abib há uns cinco anos, no Rio de Janeiro, quando fui a passeio visitar Zunk e eles participavam de uma peça num projeto idealizado pela DaVida, ong dirigida por Gabriela Leite, para orientar as prostitutas sobre as DST's, preservativos, conscientização do cuidado com o corpo, enfim... Nesta ocasião os loucos me colocaram em cena como figuração, bebendo no cabaré. Foi uma delícia este dia e inesquecível pelo contato com Gabriela e principalmente com Felipe que é um amigo lindo. Sua simpatia, talento e sorriso são contagiantes e a gente sempre tem vontade de estar perto.

Nesta entrevista ele me presenteou com várias perturbações, coisas que também me perturbam e com tanta beleza!

Seu mais recente trabalho em teatro é  PTERODÁCTILOS, texto de Nick Silver com direção de Felipe Hirsch, com Marco Nanini, Mariana Lima, Álamo Facó no elenco.

Ele está bombando também na publicidade. Eu, particularmente, adoro dois comerciais que fez recentemente, o do bRadesco Seguros que vinha um trem atrás dele e o do "Esqueci" da Coca-cola zero.

Evoé, Felipe! Obrigado!

Pouquinho mais sobre a carreira de Felipe:

Teatro

Cachorro!, livremente inspirado no universo de Nelson Rodrigues, indicado ao Prêmio Shell de Melhor Direção
Ferrugem, com direção de Vinícius Armeiro
Canção de Mim Mesmo, poema de Walt Whitman adaptado e dirigido por Alexandre Mello
Casamento Até na Porta da Igreja Se Desmancha, direção de Flávio de Souza
Nunca Se Sabe Quando Tudo Isso Pode Ser Fatal, direção de Flávio de Souza

Cinema

Longa-metragem "180 graus" produzido pela Limite Produções e direção de Eduardo Vaisman (ainda em finalização)

Fonte: http://www.montenegroeraman.com.br/novosite/felipeabib.html

Complementando as informações:

Felipe também está no curta "O bolo" lançado recentemente na Mostra de Cinema do Rio. Também fez participação no seriado "Amoral da História" no Multishow com Fernanda Torres e Texto de Millôr Fernandes.

Fonte: Cléa Maria por comentário

Rabiscos do Corpo


Corpos expandidos. alongando-se para alcançar o topo. Subindo na certeza da descida. Há quedas.
Os corpos isolados fomando um conjunto. Alongandooooooooooo. Puxando. Empurrando. Andando.
Dando?

Bichos em busca do sol. Em cima da pedra espreitam invasores, perturbadores de seu território-corpo.
O olhar-fera tem medo do que chega, da luta que virá. Tudo oco e tão profundo. Tudo tão cheio.
Agressividade camuflada em dança. Raiva esvaindo.
Indo?


E apenas aquele olhar lá embaixo, contemplativo.
Ativo?

Os desenhos são de Edu O., Meia Lua e Diane Portella

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Jiu Jitsu

Tenho tomado uma surra de Meia Lua nas aulas de Jiu Jitsu. Meia trouxe sua experiência com o esta arte marcial e eu achei interessante o estado corporal que ela provoca e as possibilidades de movimento que podemos aproveitar.

Fui pesquisar no amigo Google. Jiu jitsu é a denominação da arte e jiu "jutsu" é a denominação da arte de guerra, é uma arte marcial japonesa que utiliza alavancas e pressões para derrubar, dominar e submeter o oponente, tradicionalmente sem usar golpes traumáticos.

O Jiu-jitsu era tratado como jóia das mais preciosas do Oriente. Era tão importante na sociedade japonesa que chegou a ser _ por decreto imperial _ proibido de ser ensinado fora do Japão ou aos não japoneses, proibição que atravessou os séculos até a primeira metade do século XX. Era considerado crime de lesa-pátria ensiná-lo aos não japoneses. Quem o fizesse era considerado traidor do Japão, condenado à morte, sua família perdia todos os bens que tivesse e sua moradia era incendiada. Com a introdução da cultura ocidental no Japão, promovida pelo Imperador Meiji (1867-1912), as Artes Marciais caíram em relativo desuso em função do advento das armas de fogo, que ofereciam a possibilidade de eliminação rápida do adversário sem o esforço da luta corporal. As artes de luta só voltaram a ser revalorizadas mais tarde, quando o Ocidente também já apreciava esse tipo de luta.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jiu-jitsu

Mais uma coisa para vermos em que dança isso vai dar.

Esta música maravilhosa (Gotham Lullaby - Meredith Monk) foi sugestão de Cassio Nobre para nosso processo criativo. Achei que poderia ficar interessante no video.

sábado, 13 de novembro de 2010

Hitler e uma canção polonesa

"Nós passaremos, em vocês a Alemanha viverá" Hitler discursando para jovens alemães. O que mais assusta é que eles não passaram para muitas pessoas, basta vermos as aberrações nos comentários do Youtube.

Quando pensei no projeto O Corpo Perturbador, eu tinha certeza que iria me deparar com coisas muito fortes, que eu teria que trabalhar muitos conteúdos meus, até mesmo pela exposição que este projeto me exige. Não posso pensar num projeto que fala sobre perturbação sem ser perturbado por ele.

Em algumas entrevistas feitas veio o tema Nazismo, violência, ditadura... Como esta mosntruosidade foi uma das maiores violências cometidas pelo homem, estará presente no espetáculo, numa cena que eu ainda não consegui tirar da cabeça e testar no corpo. Será brabo! Mas amenizada pela música de Emilie Lesbros, uma cantora francesa que compôs uma canção polenesa. A Polônia foi um dos países que mais sofreram com o Nazismo.

Publico hoje um discurso de Hitler que me faz tremer, porque semeia em mentes jovens o ideal nazista e dali a possibilidade de perpetuação deste mal, junto a este video a música de Emilie, tocando num violino mais antigo do que o Brasil, a música em polonês. Suave, linda.... Contrastes que explorarei em cena.

Penso nisso pela violência cotidiana que sofremos por trás de um discurso de acessibilidade e benfeitorias sociais, impondo uma idéia errada sobre inclusão, nos fazendo engolir gato por lebre.

Espero publicar logo o ensaio desta cena. Quero idéias e comentários. Sugestões.

Estamos programando a estréia para 09/12 e precisamos começar a fechar as coisas. Vocês poderão fazer o papel de olhar externo, de assistentes, por favor.



Eu posso ser réu também - Brunna Valin (entrevista)

"Eu não sou algo diferente, nem desigual, não sou vítima, nem quero ser"

"Eu posso ser réu também"

Conheci Brunna Valin em Setembro, no Rio de Janeiro, quando participamos juntos do Encontro da Diversidade Cultural Brasileira, na Fundição Progresso/Rio de Janeiro, promovido pela Secretaria da Identidade e da Diversidade do Ministério da Cultura.

A presença de Brunna foi muito importante neste encontro e sua entrevista uma das mais marcantes que fiz porque fala do que eu sinto em relação ao meu corpo. Embora ela fale sobre o corpo-travesti, podemos muito bem substituir pelo corpo-deficiente.

Quando ela fala sobre o ser réu, lembro de uma mulher que me falou como se fosse me elogiar, que preferia um filho deficiente a um filho marginal. Aquilo me chocou pela infeliz comparação, pela falta de cuidado com as palavras e pela agrassão do que me dizia, achando que estava sendo gentil. Respondi que eu poderia ser marginal se eu quisesse, que eu poderia lhe matar, lhe roubar. Que minha índole e meus valores não são resultado de minha situação física. Ficou um clima de constrangimento no ar e eu precisei sair para tomar uma Coca-cola. Agredir ainda mais meu corpo que já tinha sido tão agredido.

Brunna é militante do movimento de travestis e transexuais na cidade de São José do Rio Preto e do estado de São Paulo, coordena o Forum Paulista de Travestis e Transexuais e  representante da Associação Rio Pretense de Travestis e Transexuais (ARTTS).

Acessem: http://www.gada.org.br/asp/

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O sol perturbador

O sol saiu comemorando as visitas que recebemos no ensaio de hoje. Como uma criança sem noção do peso da mão caprichou no brilho da roupa, no calor do abraço e pegou pesado na temperatura. Expulsou as nuvens que queriam ver o que aconteceria naquele quinta da rua da Saúde. Pipocou os raios mais fortes, beijando nossos corpos. Tive que ser um anfitrião mal-educado e convidar as visitas para entrarem em casa, pois com aquela quentura não dava para continuarmos em companhia com o astro rei.

Eita sol perturbador!!! Agradeço pela atenção e vontade de nos fazer companhia.

Cássio chegou com suas máquinas de fazer encantos sonoros, Mili veio com Ryu para pensar a luz substituta do sol, os meninos da Miniusina com o chão e espaço para nossos corpos passearem.

Foi bem proveitoso e gostoso o papo, o encontro.

Miliane brincando no Penpincona

Cássio no papo

Lorena ajustando coisas no cenário


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Amarrando as amarras

Estamos começando a tentar "fechar" algumas coisas do processo. Fechar não é a palavra mais adequada, AMARRAR talvez. Amarrar as cordas na estrutura. Amarrar mus pudores e vergonhas no porão da moral. Amarrar meus olhares para o belo que acontece na simplicidade das coisas. Amarrar luz, música, espaço, , casca, corpo em tudo que compõe O Corpo Perturbador.

A pele transpirando, o ar que falta e alimenta, a água que sacia, a altura que amendronta.

Eita processo forte e parece tão leve, tão tranquilo. Tudo acontecendo dentro de seu tempo. Do tempo do Corpo.

Estamos chegando a um ponto de luz, a um ponto-Dança que me deixa animado e feliz. Estamos chegando quase lá.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Um roteiro para Makiba - entrevista O Corpo Perturbador



Makiba, minha Make, é uma segunda mãe para mim e minha irmã. Sua casa é onde me sintomais a vontade depois da minha. Seu colo, seu riso, seu senso de humor, suas histórias... Uma vida cheia de tragédias e de comicidade. Uma mulher retada. Né não, cabo?

Foi uma das minhas primeiras entrevistadas, fiquei guardando para publicar num momento especial. Seria no período de seu aniversário, mas eu estava viajando e passou o tempo. Agora que volto de Santo Amaro comemorando minha vida, com apresentação linda e uma festa maravilhosa, quero compartilhar com todos essa figura folclórica de minha terra, esta pessoa essencial em minha vida. Agora que voltarei a minha terra para apresentar a Judite tudo que eu sou e para lançar meu primeiro livro infantil, acho que é o momento ideal de apresentar também Makiba aos meus amigos que me visitam. Conhecer Makiba é conhecer mais de mim,. E como ela é perturbadora!

Makiba tem casos maravilhosos a contar. Sou louco para fazer uns curtas com suas histórias que parecem roteiro de cinema. Só um esclarecimento, seu nome é Genaide, mas por adorar a música Pata Pata e acharem parecida fisicamente com a famosa cantora Miriam Makeba, deram-lhe o apelido de Makiba.

Meu amor por toda a vida!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Meia Lua

Então ele chegou com aquele sorrisão e beleza, andando diferente de mim, sem se adaptar a cadeira, mas com um corpo tão semelhante. O olhar firme denunciava quem estava ali dentro, quem era aquele ali de fora. Conversamos um pouco, expliquei o projeto, meu interesse em tê-lo conosco por necessidade de me ver dançar, executar movimentos. Nunca tive referências próximas ao meu corpo dançando. Já trabalhei com outros deficîentes, mas nunca com alguém semelhante a mim e eu sentia falta disso, precisava dessa referência.

Meia Lua chegou por intermédio de Diane e foi um achado. Eu estava torcendo para um amigo poder participar, eu adoraria trabalhar com ele, mas Meia chegou e não tinha como não ser ele o escolhido. Pensamos, testamos outras pessoas, homens, mulheres, outras deficiências, mas não eram o que eu precisava neste momento. As pernas atrofiadas, a coluna em S igual a minha, barriga tanquinho como a minha deveria estar, braços fortes para se pendurar no elemento cênico criado pela Miniusina de Criação... Meia Lua ocupou o espeço que é dele e agora estou com um companheiro junto a mim. De um solo inicial, estou tentado a transformar num duo.

Ele luta Jiu-Jitsu comigo e quase me quebra. Ele joga capoeira. Ele ri. Ele fala pelos cotovelos. Ele...

Estou muito satisfeito com a chegada nele no projeto. Me trará outras possibilidades corporais, estimulará minha criatividade para aproveitar o seu potencial. Vamos ver no que isso vai dar! Acho que em coisa boa.

Abaixo algumas fotos da nossa pesquisa:






Fotos de Nei Lima