quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Eu encontrei quando não quis*

Hoje comemoramos um ano de muita tristeza jogada ao chão, abraços, scarpin amarelo, lenços de papel perdidos. Claro que é uma piada interna e todos devem me perguntar: então porque está publicando aqui?

Pelo simples fato de que este momento está eternizado em nossoas memórias, assim como outros não tantos. Porque estive pensando no poder da amizade e dos encontros e de como isso me perturba. Porque estive lembrando de situações que me marcaram e este está entre o top 5. Porque as pessoas com quem compartilhei as lágrimas, os risos e os copos são tão minhas que se confundem dentro de mim. Porque nem sei o que dizer e é estado de "não saber", de viver o choro através do riso, da loucura em seu grau mais absurdo de sanidade que nos une e nos faz seguir. Porque... porque... quando tudo parecia o fim, eram justamente esses outros que me indicavam o começo.

*trecho da música Último Romance, dos Los Hermanos

2 comentários:

  1. Edu,
    Eu não conhecia esse poeta pantaneiro (confesso minha ignorância). Hoje, ao ler alguns de seus poemas deparei-me com este, que me fez lembrar de você:

    "A maior riqueza do homem
    é a sua incompletude.
    Nesse ponto sou abastado.
    Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

    Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
    que puxa válvulas, que olha o relógio,
    que compra pão às 6 horas da tarde,
    que vai lá fora, que aponta lápis,
    que vê a uva etc. etc.

    Perdoai
    Mas eu preciso ser Outros.
    Eu penso renovar o homem usando borboletas".

    Manoel de Barros

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