Quando cresci e me deparei com este mundo (e me parece estar piorando a cada dia) com segmentações, com discriminação forjada por motivos de segurança, com preguiça de conhecer o outro, sacanagem por achar que o outro atrapalha, vim adoecendo e me entristecendo, com receio de sair e ser rejeitado pelo taxista, motorista do ônibus, os bares sem banheiros que eu possa usar, ruas quebradas, serviços péssimos... tudo isso é violento, é agressivo demais. Receio que Iana sinta o que sinto, mas ela é danada, já pensa em ser advogada, já se mobilizou, mobilizou outras pessoas, se articulou toda e agora é tema de um texto maravilhoso, escrito por Sillas Freitas de Jesus, que concorre a um prêmio no 7º Causos do ECA (Estatudo da Criança e Adolescente).
Aqui o início do texto para vocês entenderem o que se passou e depois acessem pelo link para concluir a leitura e votar.
Neste parquinho todo mundo pode brincar!
Sillas Freitas de Jesus
Iana nasceu com uma deficiência física diagnosticada como artrogripose congênita nos membros inferiores, que a impedia de caminhar. Hoje, ela tem nove anos e, após uma cirurgia, caminha com o uso de próteses em ambas as pernas. É para-atleta e pratica natação no Instituto Baiano de Reabilitação.Num domingo ensolarado, em janeiro de 2011, convidou seu tio e uma colega para um passeio no Shopping Barra, em um bairro nobre de Salvador (BA). No 1º piso do shopping, Iana e sua amiga viram e desejaram brincar no escorregador inflável, onde algumas crianças subiam e desciam felizes. Iana foi impedida de se divertir no atraente brinquedo sob a alegação de que só se pode entrar ali sem calçados. Ora, as próteses de Iana são suas pernas e não ofereciam qualquer risco ao equipamento ou aos demais usuários. Mas o jovem que cobrava os ingressos foi inflexível: “Só pode entrar sem sapatos! Ordens são ordens”.
Para minimizar a frustração da criança, foram à brinquedoteca “Pirlimpimpim”, no mesmo shopping. Lá, também houve negativa, desta vez da própria gerente, que afirmou que os equipamentos não são acessíveis a pessoas com deficiência. A discriminação ali era ainda maior, porque a brinquedoteca tem diversos jogos e brinquedos, alguns deles para usar sentado, como é o caso dos jogos de computador. Indignada, Iana perguntou: “Oxente, meu tio, não tem nenhum lugar nesta cidade onde uma criança com deficiência possa brincar?”.
http://www.pro-menino.org.br/votacao/neste-parquinho-todo-mundo-pode-brincar.php
Vale a pena conhecer as outras histórias que estão no site.
Processo, já!!!!!!!!!1111 Justiça por esta e por todas as crianças, com ou sem necessidades especiais!
ResponderExcluirSinto vergonha por essas pessoas que não têm um pingo de sensibilidade. ABSURDO!
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