terça-feira, 29 de maio de 2012

Poema sem nome porque não se encerra

É que tudo parece ter a ver
Vezes que deixei de tudo por tua causa
Vezes que inventei uma calma
Cuecas que envelheceram
Sabão na tua vontade?
Querer demais é qualidade
Amar demais é desespero
O casamento é um desterro
Velha mágoa que se cala
O peito vinga-se na pirraça ao saber do teu vício
Vício são as minhas entranhas
O olhar já te cobra sempre
Mas beija tua boca e prefere se mentes
Aguentaria te perder

Devo ter publicado isso em todos os blogs, já usei em improvisações, já chorei, repeti 50 vezes no banho, queria ter escrito. Este texto de Líria Morays me emociona tanto e de vez em quando me vejo sussurrando, não sei para quem. Talvez para mim mesmo quando percebo que ando me perdendo. O texto não tem título, não tem nome, provavelmente porque palavras não lhe encerram. A primeira vez que ouvi foi no espetáculo Aceito, coreografia de Clênio Magalhães com Líria. Este parceiro eterno do blog e da vida.

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