sábado, 13 de novembro de 2010

Eu posso ser réu também - Brunna Valin (entrevista)

"Eu não sou algo diferente, nem desigual, não sou vítima, nem quero ser"

"Eu posso ser réu também"

Conheci Brunna Valin em Setembro, no Rio de Janeiro, quando participamos juntos do Encontro da Diversidade Cultural Brasileira, na Fundição Progresso/Rio de Janeiro, promovido pela Secretaria da Identidade e da Diversidade do Ministério da Cultura.

A presença de Brunna foi muito importante neste encontro e sua entrevista uma das mais marcantes que fiz porque fala do que eu sinto em relação ao meu corpo. Embora ela fale sobre o corpo-travesti, podemos muito bem substituir pelo corpo-deficiente.

Quando ela fala sobre o ser réu, lembro de uma mulher que me falou como se fosse me elogiar, que preferia um filho deficiente a um filho marginal. Aquilo me chocou pela infeliz comparação, pela falta de cuidado com as palavras e pela agrassão do que me dizia, achando que estava sendo gentil. Respondi que eu poderia ser marginal se eu quisesse, que eu poderia lhe matar, lhe roubar. Que minha índole e meus valores não são resultado de minha situação física. Ficou um clima de constrangimento no ar e eu precisei sair para tomar uma Coca-cola. Agredir ainda mais meu corpo que já tinha sido tão agredido.

Brunna é militante do movimento de travestis e transexuais na cidade de São José do Rio Preto e do estado de São Paulo, coordena o Forum Paulista de Travestis e Transexuais e  representante da Associação Rio Pretense de Travestis e Transexuais (ARTTS).

Acessem: http://www.gada.org.br/asp/

Um comentário:

  1. Edu, meu querido maninho, fico encantada toda vez que entro em seu blog, vc construiu e constrói a cada postagem,um espaço de beleza, verdade e transformação. Sou sua fã. Beijos e muitas bênçãos da minha floresta.

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