terça-feira, 14 de dezembro de 2010

(Con)Versando com Débora Pedroso

Amiga,ainda não recebi nenhuma foto das apresentações, desculpe não ilustrar este texto para que você consiga visualizar tudo direitinho. Para mim O Corpo Perturbador não se restringe apenas no espetáculo. O meu desejo (que foi alcançado) era que este projeto trouxesse reflexões outras sobre este nosso corpo, sobre os desejos e suas perturbações, mais ainda, que possibilitasse outras leituras que viriam da experiência de cada um, tanto de quem está no processo quanto de quem assiste. Também de participa e lê o blog, quem conversou nos Papos Perturbadores, quem opinou, quem criticou,quem sugeriu, quem se tocou para o que estava acontecendo.

Conseguimos atingir a meta de acessos ao blog antes mesmo do projeto acabar. Isso me deixa feliz, muito feliz.

Já na sexta-feira antes da estréia, quando promovemos o ensaio aberto tudo estava definido em minha mente, a estrutura do espetáculo estava pronta e sei que precisávamos aprimorar algumas coisas para que ficasse clara a proposta de cada cena. Foi muito importante aquele dia e para mim ali foi a estréia.

Na quinta, dia 09/12 estávamos ansiosos, com problemas de tempo, a chuva, o horário, com medo de não ter público, com medo normal de quem vai colocar filho no mundo. Uma ida sem volta. O público compareceu além das expectativas para um dia de semana, horário de trabalho, tarde chuvosa. Não só o públcio mas os raios e trovões que deram uma energia e beleza diferenciada àquele primeiro dia.

Meia Lua, a outra pessoa que está dançando comigo, arrasou. Tem uma presença cênica incrível, é belo, forte. A sua entrada em cena é espetacular. Me dá vontade de parar o que estou fazendo para vê-lo descendo as escadas de costas, se movimentando apenas com os ombros. É lindo!

Eu entro com as pernas de bode (o figurino é lindo!) e adoro jogá-las como um rabo de escorpião. Me sinto Cláudia Raia jogando os cabelos ou então, minha Malu Mader, tirando o capacete e desenrolando os cabelos em Fera Radical. hahahahahahahahha Tenho juizo? Nenhum, ne?

Daí parto para o strip-tease da spernas e a tentar derrubar Meia Lua da estrutura. Saimos correndo, pegamos picula e acabamos numa luta violenta e ao mesmo tempo sensual. É uma maratona fazer o espetáculo, minha filha.

Acabamos ofegantes e vamos trançar as canetas (jogar as pernas finas um do outro), aí caminhamos pro final onde me debato como bicho enjaulado e Meia quebra a estrutura, rompe os alicerces. Tudo bastante simbólico e não posso/sei traduzir aqui,para não guiar a leitura dos outros.

acabamos nos iluminando, destacando cada parte do corpo, o suor, a respiração e a tranquilade em estarmos em nós mesmos.

A trilha executada ao vivo é um show a parte que Cássio Nobre faz. Linda, intensa, corresponde exatamente a tudo que pensei e traz o clima necessário para cada cena, sem ser lengenda, sem ser trilha de novela. Maravilhosa!

O cenário você já viu nas fotos, né? Mágico, deslumbrante!

Falo sempre no superlativo porque este projeto é assim, não tem como ser mea-boca, inho, ele é gigante, imenso, forte. Tão forte que caí doente. O corpo pedindo calma, paciência, cuidado.

Estou querendo te escrever ou conversar via skype com você desde a estréia, mas realmente não tenho conseguido. É um cansaço imenso, cabeça cheia. Preferi escrever um post porque assim jácompartilho com todo mundo minhas impressões e também narro para quem está longe, assim como você, um pouco do que acontece em cena.

Tenho que me cuidar para esta segunda semana. Depois te conto mais.

Um beijo do Brasil para você que está aí nos EUA.

Edu

Um comentário:

  1. Amigo! adorei e me senti assistindo ao espetaculo rsrsrr, imaginei sua cauda de escorpiao como os cabelos de Malu em Fera....queria tanto participar disso tudo!! bem, mas vc sabe que estou daqui mandando minhas energias para vc e torcendo para que de tudo certo e quem sabe vc viajando o Brasil e o mundo com seu "corpo perturbador", grande beijo e te godto muiito viu?

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