Meu avô faleceu aos 98 anos. Conviveu bem com Iroko, o Tempo. Deixamos de usufrir da sua companhia há dez anos e eu ainda sonho e sinto como se ele estivesse aqui. Ouço a entonação de sua voz em determinadas expressões que eram características de sua personalidade forte e engraçada. A relação de amor entre nós era muito intensa. Sofri muito pela saudade, mas ao mesmo tempo fiquei tranquilo, no período de sua morte, porque tinha certeza de que nunca deixei de demonstrar meu amor, minha admaração e dele saber o quanto era importante em mim.
Hoje é dia Iroko. E penso no meu envelhecimento, o de minha mãe, irmã, amigos meus, meu companheiro... penso no tempo compartilhado com essa gente e principalmente do tempo pouco e promissor do pequeno. Como cada idade tem seu encanto e de como precisamos aprender a lidar bem com isso. São acordos importantes que precisamos travar com o Tempo. Alguns sabem melhor do que outros. Meu avô foi um que saía de mãos dadas com Iroko e correu freguesia naquela cidadezinha do interior.
Nesta mesma cidadezinha tem uma sonhora maravilhosa que dá nó no Tempo e nos encanta aos 103 anos, às vésperas de completar 104. Ano passado ela nos deu lição de vida na entrevista no blog, vale a pena relembrar Dona Canô falando sobre o que perturba e qual é um corpo perturbador:
http://ocorpoperturbador.blogspot.com/2010/09/esta-foi-uma-das-entrevistas-para-o.html?spref=fb
A minha família é "carne e unha" com Iroko. Falecem de velhice e saudáveis, rssss
ResponderExcluirPesquei seu tema hoje, foi uma luz para a minha postagem. Você não se incomoda não, né?
beijos