segunda-feira, 23 de maio de 2011

Poema sem nome que eu gostaria de ter feito

É que tudo parece ter a ver
Vezes que deixei de tudo por sua causa
Vezes que inventei uma calma
Cuecas que envelheceram
Sabão na sua vontade?
Querer demais é qualidade
Amar demais é desespero
O casamento é um desterro
Velha mágoa que se cala
O peito vinga-se na pirraça
Ao saber do seu vício
O olhar já te cobra sempre
Mas beija sua boca e prefere se mentes
Aguentaria te perder

*este poema escrito por Liria Moraes é uma das coisas que eu gostaria de ter feito. Escutei pela primeira vez no espetáculo "Aceito", coreografia de Clênio Magalhães onde Liria também dançava e onde eu também escrevi um texto, não este. Me pego falando este texto no banho, em viagens, lavando prato. Gosto tanto que ele faz parte de meu cotidiano, como música de Cazuza ou Chico Buarque, como as maçãs de Cezanne, como a escrita nos meus blogs.

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