sábado, 16 de julho de 2011

Idade de ser feliz?

Ganhamos mais um presente esta semana.

Passeando pelo delicioso blog http://euprecisotecontar.blogspot.com/ recebi esta surpresa que também diz muito sobre o que tenho sentido nesses últimos meses. Minha amiga querida Consuelo Rocha, ela me deu o nome completo, enorme para publicar, mas escolhi o Rocha pela fortaleza que ela sempre me passou, pelo olhar, pelo carinho firme e sorriso lindo que damos juntos, enfim, minha amiga Consuelo me deu este presente e compartilho com vocês.

"Acompanho um blog chamado "O Corpo Perturbador". Nele são postados vídeos de entrevistas feitas com pessoas as mais diversas. São duas as perguntas: o que te perturba e o que é um corpo perturbador.
Tenho pensado muito sobre isso. A consciência do envelhecimento é uma coisa que me perturba. Vi que chegou mais rápido do que eu esperava e não me preparei o bastante para isso. Não me preparei para a reação das pessoas ante o envelhecimento e o preconceito contra a idade.
Uma amiga uma vez comentou comigo como ela tinha gostado de Los Angeles e São Francisco. Lá, disse-me ela, os idosos vivem e não estão nem aí. Vestem roupas coloridas, saem, vão a bares, se divertem, vão dançar e por aí vai. A gente sente que eles são mais felizes.
Alguns hão de dizer que aqui é assim também. Não é não. Aqui espera-se um comportamento para cada faixa etária. Os mais velhos não têm o direito de curtir e demonstrar sua alegria de viver sem serem tachados de ridículos.  Não estou defendo o direito de perderem a noção ou de serem inconvenientes. Defendo o direito de serem felizes e demonstrarem tal felicidade. Por quê os mais velhos devem ser contidos?
Programa de velho aqui é restaurante.  Se pessoas de uma certa idade vão a um barzinho, todos olham.  Se são homens, estão caçando menina nova. Se são mulheres, estão procurando garotões. É esse o comentário geral.  Como se barzinho fosse coisa só para jovem. Só falta pendurarem um cartaz com os dizeres: "Proibido a entrada de maiores de 50 anos."
Um corpo perturbador para mim é essa carcaça que cobre minha alegria de menina, a intensidade dos sentimentos de uma adolescente e o prazer de uma mulher, como se ele (corpo) fosse o cartão de visita da minha essência.
Eu me recuso a deixar ser tolhida pela aparência do meu corpo. Meu corpo não deve dominar a minha alma ainda jovem. Eu aceito as rugas, a flacidez, a perda de massa muscular e meus cabelos brancos. Mas não aceito que retirem de mim a minha alegria de viver intensamente."

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