quinta-feira, 9 de junho de 2011

O não-estar de Diane ou a Falta que ela faz.

Toda hora eu mudava o texto que escrevi para ela. Tirava detalhes desimportantes, colocava outro mais sem importância ainda, enfiava graça, tentava amenizar tristeza.... tudo porque ela está longe e tão perto, mas tão perto que chega a ficar aqui dentro. Sinto saudade do seu peso sobre meu corpo no abraço demorado de amor e do beijo, e do riso, e da atenção, e dos medos, e da insegurança, e do companheirismo eterno. Foi assim desde que nos conhecemos dançando. Depois virou parceira de vida, de grupo, de projetos...

Agora que Odete voltará, fico imaginando como ficará sem suas lágrimas. A maluca chorou todos os dias de apresentação no Vila Velha, e no Encontro e em todas as vezes que falávamos os olhos brilhavam. Sei que agora estarão brilhando lá longe, lá embaixo do continente. Escrevo esta carta como um sussurro, uma confissão ao pé do ouvido, gemido, melado.

O Corpo Perturbador também sentiu sua falta no não colocar as botas, não montar cenário de BIS, no não estar....

Desde que se foi não há muita coisa a dizer porque em tudo ela está. Participou ativamente da montagem de Pequetitas Coisas, viajou comigo a Londres, só não foi ao Piauí porque era coisa rápida. Fiquei de falar sobre a vida, fazer um diário, mas o que dizer dos detalhes constantes do cotidiano? Das pequenas dores, das sutis angústias, das gargalhadas e leves sorrisos? Esse tipo de coisa que não dá para escrever, repetir em palavras digitadas.

Quero que ela seja feliz aonde escolher ficar, mas peço que não demore muito para gastar um tempinho comigo e a gente dançar Arrocha comentando as belezuras do dia-a-dia.

foto de Drica Rocha

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