quarta-feira, 8 de junho de 2011

Odete, traga meus mortos


Odete, traga meus mortos
dia 12/06, as 20h, Theatro XVIII (Pelourinho), R$ 5,00

Ritos de passagem
Partir,
Ausência e presença
O lugar do outro em nossas vidas
Nossos mortos (pessoas e situações passadas) marcando nossos corpos, nosso estado... Tudo reverberando em nós até mesmo quando a memória não é ativada.


O caso que levou ao espetáculo:

Num almoço em casa de uma família tradicional, na hora do café, depois de todo ritual da refeição francesa, a matriarca pede a empregada: “Odete traga meus mortos!”. Incrédulo, com expressão assustada, fui informado que este pedido tornou-se habitual daquela senhora que lê diariamente o jornal enquanto toma seu cafezinho. Sua preocupação é saber se algum conhecido faleceu e observar a forma como foi escrito o obituário, sempre discordando e dizendo que não quer o seu daquele jeito. Então começa a descrever como gostaria que divulgassem sua morte, a foto que deve ser colocada, a roupa e como as pessoas devem agir no seu funeral.

Um fato aparentemente triste torna-se o momento mais engraçado do dia da família que passa a lembrar de histórias da vida e de pessoas que passaram por ali. A morte perde a carga de sofrimento, cedendo espaço para lembranças de vidas cheias de experiências, como são todas as vidas. Para aquela senhora, o falecimento do outro possibilita a reflexão sobre sua própria existência.

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