Engraçado como a dinâmica da carreira de Gal Costa mobiliza as pessoas, nos estimula a querer vê-la retomar o lugar que, de certa forma, nunca saiu, mas que não está tão iluminado quanto antes. Em 2003, um paulista conhecido meu, veio a Salvador com o intuito de parar na porta da cantora e pedir pelo interfone, gritando no portão: "GRITA, GAL! GRITA!" Para ele as coisas começaram a mudar para Gal Costa no momento em que ela parou de gritar, começou a cantar comedida, mais técnica, mais sóbria.
Acho essa imagem tão bonita também! Alguém que precisa da voz do outro para se representar. Um desespero de quem quer salvar o outro de um afogamento. Assim como Arthur que leva os elepês para tomar um vento, comprar um côco, pintar ou fazer palestra ou simplesmente ver a vida na janela. Se eu fosse Gal ficaria emocionado com essas coisas, eu daria uns gritinhos de felcidade.
Me refiro a Gal, neste texto, como um símbolo do que nós mesmos somos em um determinado momento, no que deixamos de ser por escolha ou por falta de opção, do que não conseguimos retomar, do que de nós ficou para trás e é impossível voltar e é assim a dinâmica da vida. Nada volta. Mudamos e nos transformamos a cada instante e o que de nós fica no outro é, muitas vezes, uma imagem congelada que não podemos mais corresponder. Não é alegre nem triste. Simplesmente é.
Aqui está o blog do trabalho de Arthur http://elepesdegal.blogspot.com/
Foto Arthur Scovino
Poxa, Edu! Que lindo que você é... ...eu sabia que a primeira participação nesse trabalho viria de uma pessoa tão "LeGal" como você! Beijos, Baby!
ResponderExcluirEdu, qual é o seu facebook??? beijos
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