O primeiro se recusa a crescer e o segundo, quando cresceu descobriu que foi uma criança feliz. Para mim foi difícil compreender o mundo adulto, Judite foi criança para me ajudar a diferir tudo isso. Em épocas onde o mundo grita coisas ruins ao meu ouvido, me recolho em Peter Pan e deixo a tempestade passar.
Ontem brincando com meu sobrinho de 3 anos, tive momentos de extrema felicidade, de lembranças das brincadeiras e de como meu olhar brilhava. Eu não via o brilho, mas sentia as faíscas saindo a cada descoberta e a cada besteirinha que se tornava grande, da maior importância. Sentado na porta de casa, com conjunto de moleton novo, soltava as cobrinhas e chuveirinhos de São João. O olho ardendo de fumaçava e o coração pulando de alegria.
Hoje ele me pediu para ler um livro para criança. procurei na minha estante e peguei, sem muito pensar, o livro "Caio" da Série Nomes, da Turma do Fala Menino, criada por Luis Augusto. Caio é o amiguinho que anda de cadeira de rodas e me ensina muita coisa toda vez que abro suas páginas. Meu sobrinho, sem saber, me tirou a tempestade que teimava cair nesse dia de sol.
"A vida é assim mesmo. Temos que aceitar as diferenças, nem toda cadeira nasce com rodinhas."
Caio
Mas quando a criança me falta, volto a Caio Fernando Abreu:
Nenhum comentário:
Postar um comentário