Minha Vida em Cor-de-Rosa, de Alain Berliner, conta as desventuras do garoto Ludovic (o ótimo Georges du Fresne). Ele cresce imaginando que nasceu no corpo errado: na verdade, acredita ser uma menina. Logo na primeira sequência, aparece em uma festinha promovida pelos pais para atrair a nova vizinhança em um lindo vestidinho. A impressão e o mal-estar não saem das cabecinhas dos vizinhos, que começam a pressionar e ridicularizar o garoto.
A rejeição se estende aos pais, aos colegas e a qualquer um que se aproxime de um sintoma de homossexualidade tão latente. Ludovic refugia-se do tormento em um mundo róseo, onde só cabem a boneca Pam, uma Barbie espevitada, e o apoio afetivo da avó (Helene Vincent).
Título Original: Ma Vie en Rose
País de Origem: Bélgica/França/Inglaterra
Ano: 1997
Duração: 110min
Diretor: Alain Berliner
Elenco: Michele Laroque, Georges Du Fresne e Jean-Philippe Ecoffey
Fonte: http://www.terra.com.br/cinema/drama/rosa.htm
Este é o filme que me vem a cabeça sempre que a conversa chega em predileções. Impressionante como a história do menino Ludovic me tocou. Sempre procuro em locadoras, mas aqui em Salvador é muito difícil encontrar filmes como este que não entraram em circuito comercial. Assisti há muito tempo no Cine do Museu - Sala de Arte. Se alguém souber onde posso comprar me avise, por favor.
Esta semana assisti a um video sobre famílias americanas que vivem a mesma situação da película e me emocionei com algumas histórias vividas por aquelas crianças e seus pais. Este assunto tem tudo a ver com o blog, já foi assunto de entrevista e por isso trouxe novamente para levantar curiosidade e reflexão. Não estou bom de palavras hoje, por isso prefiro deixá-los com os videos, que na verdade é o que interessa. Minha opinião é pequena diante de um assunto tão vasto, rico e importante num mundo cada vez menos tolerante e massificador.
O tema vem chegando a mim há alguns dias, quando vi também a história da transexual Lea T, modelo brasileira que vem fazendo sucesso na Europa, filha do jogador de futebol Toninho Cerezo. Fiquei imaginando o sofrimento de ambos. Lea T pela necessidade de respeito e aceitação a sua condição, a sua realidade e a do pai por conviver num ambiente tão machista e hipócrita quanto o futebol, porque sabemos de casos que acontecem ali por dentro dos vestiários, né? Segundo informações da internet, o pai ainda não aceita a condição da filha. Linda por sinal!
Sobre como compreendeu que Leandro não poderia continuar vivendo “como homem”, a modelo afirmou que nunca teve um ideal masculino com o qual se identificava. “Eu cresci em um ambiente muito feminino. Meu pai estava longe: eu vivia em osmose com a minha mãe, minhas irmãs. Nunca tive um ideal masculino com o qual me identificar”, disse. “Quando meu pai vinha para casa e me observava, dizia que não estava certa. Com o passar dos anos começaram a rezar para que eu fosse gay. Teria sido mais fácil, o menor dos males.”
Sobre a mudança de sexo, Lea T diz que predende fazer a cirurgia, mas sabe que não será uma mulher completa. “Já ouvi mil vezes trans dizerem: ‘Com a operação finalmente me tornarei mulher’. Eu não penso assim, sou realista. Sei que terei uma vagina reconstruída, que não é um verdadeira vagina, sei que provavelmente não viverei a experiência do prazer feminino, sei que nos documentos serei uma mulher e isso facilitará a minha vida, ou pelo menos assim espero. A escolha é entre ser infeliz para sempre ou tentar ser feliz.”
Lea T
Abaixo coloco a primeira parte do video Meu eu secreto, aquele que mostra as famílias americanas que falei anteriormente. Vale muito a pena ver.
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