terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Re(d)ações à exclusão da mídia

Me senti na obrigação de tornar mais visível este comentário escrito por Albenísio Fonseca.

"O corpo pertubador" como case
de reação à exclusão na mídia

Edu O. tem razão. Todo artista sabe o quanto a divulgação é um quesito fundamental de toda e qualquer produção. Mas não é exclusividade da área cultural esse "descaso". O problema é que a montanha (quase) não se move. Lembro de produtores - não eram jornalistas - que diariamente iam (suponho que continuem indo) à redação de A Tarde, por exemplo, com os releases dos espetáculos (musical, teatral, exposições... o que fosse) em que estavam envolvidos, para garantir a divulgação.

No âmbito da política e manifestações populares (exceto quando põem fogo em ônibus e pneus, paralisam vias públicas) ocorre da mesma forma. Mas há tempo e espaço para muita abrobrinha, sim. Irrazoável e ab-surda-mente, sim. Desjornalisticamente, sim.

Com toda a disponibilidade e alcance da Internet (sites, blogs, redes sociais), considero esse tipo de busca de "espaço" nas mídias convencionais, hoje, menos importante que era há duas, três décadas. Mas é claro que não se deve descartar a inserção social amplificada (penso nas tevês) e o registro histórico (como é o caso dos jornais), como forma de informar e mobilizar público.

Mas é incrível, também, que não se busque, na "montagem" de um produto artístico, estabelecer relações com jornalistas. Os artistas para com os jornalistas da área cultural (e vice-versa): têm que ser mais articulados. Os produtores têm que enviar releases e convites, sim. Mas é phoda. Ultimamente, vejo "n" releases (e não são meus não) sendo apropriados (assinados) pelos coleguinhas das redações.

A montanha (quase) não se move. É Maomé quem tem de ir aonde a mídia está. Saculejá-la. Participei, ano passado, da iniciativa de Leonel Mattos em promover uma intervenção artística na Feira de São Joaquim. Dezenas de artistas baianos participaram com performances geniais. Uma intervenção no cotidiano da cidade. Agendei jornais, tevês. Reforcei no dia do evento. E nem uma linha, exceto na revista Lícia Fábio...
Tudo isso me fez lembrar a invasão da redação da Folha de S. Paulo, em meados dos anos 80, por José Roberto Aguillar e sua troupe. Subiram nas mesas, cantaram, pintaram e bordaram. Sugiro que os artistas baianos sigam o exemplo. Invadam as redações!! Essa sim é tarefa digna de um verdadeiro "Corpo Pertubador".

Re (d) ações.

Albenísio.

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